O paradoxo é este:
Num buffet em que existe apenas uma oportunidade de que o cliente se sirva – sem poder “recarregar o prato” – confrontado com a escassez, é comum encher-se ainda mais o prato, mais do que se consegue comer, com o risco de que parte da refeição retorne para a cozinha e consequentemente para o lixo, aumentando o desperdício de alimentos.
Num buffet livre em que existe a possibilidade de servir-se quantas vezes desejar, é comum encher-se menos o prato, é comum às vezes ficar-se por ai e é comum não se deixar comida no prato.
Quando confrontados com a escassez o ser humano age por impulso, neste cenário torna-se desafiante avaliar o quanto necessita e quais são as suas necessidades reais.
A urgência e a necessidade de escolher agitam segundo uma perspectiva oriental a vesícula e o coração.
É comum acabar-se com mais comida no prato, com mais roupa no guarda vestidos, com mais livros nas estantes, com mais comida no frigorífico do a que efectivamente conseguimos mastigar.
Na primavera e verão o convite é de que se torne mais leve e mais ágil – para estar disponível para as novas oportunidades.
E isso pode ser um desafio considerável de estômago sempre cheio.
Tal como no buffet, acredite que o buffet da natureza é livre e não um buffet limitado, que urgência é afinal, na sua maioria, uma criação humana e que a atenção á respiração e um sorriso são talvez os melhores antídotos.
Boas práticas.