Dia das bruxas.

O dia das bruxas (1 de Novembro) era tradicionalmente o dia de todos os santos ou o dia dos mortos, que servia de meditação sobre a impermanência da vida.

Nesse dia é tradição visitar os cemitérios, cuidar das campas e prestar uma homenagem aos que habitam neste local e não partilham do mesmo estado anímico que nós.

Expressar desta forma a nossa gratidão à linhagem humana que nos criou.
Esta tradição existe para auxiliar a entrada nas estações mais frias e com menos luz como o Outono e Inverno.

Nestas estações pede-se que se reflicta e se tome contacto com partes da nossa existência que noutros momentos do ano não são possíveis de tocar.

Impermanência, luto, mortes várias, tristezas não resolvidas, simplificação, escolhas desafiantes, quietude.

Este alinhamento é necessário para pôr fim à mentalidade de verão: conexão, movimento, inconsequência, exploração do exterior e entrar numa outra mentalidade mais nutritiva para esta estação.

O que pode ser identificado como depressões, desmotivação, falta de energia anímica para “dar a volta às coisas” não tem a ver com o Outono ou Inverno, tem a ver com a resistência que pode existir em deixar o “eterno verão partir”.

E isso consome de longe muito mais energia. É como nadar contra a corrente.

Numa prespectiva oriental este é um tempo de nutrição, não do exterior mas sim do interior. Com ajuda terapêutica, de um bom amigo/a ou a sós, é tempo de ir mais fundo e ir mais consciente.

Porque uma emoção expressa em excesso pode ser tão patológica como uma emoção nunca expressa.

Daqui a sete meses o verão está de volta, até lá é tempo de viver o frio e a noite e a clarificação e direção que estas estações nos podem trazer.

Boas práticas.