Num dos documentários de comida de rua que assisti no Neflix e que infelizmente lhe perdi o rasto conta uma história simples, mas que me marcou bastante.
A história de um vendor de comida de rua que iniciou o seu negócio e embora fosse persistente o negócio não estava bem.
Um dia chegou à conclusão que iria fechar porque não era sustentável, mas iria tentar mais uma vez.
Mas não ia tentar apenas mais um dia, ia ter o cuidado que da próxima vez os ingredientes que vendesse fossem da melhor qualidade que conseguisse obter.
Para isso teve mesmo que pedir dinheiro emprestado a um familiar.
No dia que decidiu que seria o último foi ao mercado e comprou os melhores ingredientes que encontrou e abriu mais uma vez a sua banca de comida.
A história conta que esse dia afinal já não foi o último, mas que a qualidade dos ingredientes fez mesmo a diferença. Nesse dia foi o dia mais rentável de sempre e a partir dai nunca mais parou.
Hoje tem uma das bancas de comida de rua mais bem sucedidas do seu bairro.
Esta história para mim reflecte a essência da prática diária quer seja pessoal quer seja aquela que ensinamos aos nossos alunos.
Não são mais formas, mais técnicas ou os estilos diferentes que nos podem valer nos ossos desafios do dia a dia, mas a capacidade de nós como praticantes conseguirmos refinar com a maior qualidade possível o que sabemos.
Porque é essa qualidade refinada de reflexão que nutre e que passa para o nosso dia e é essa qualidade que transmitimos também aos nossos alunos.
É no entanto mais comum do que se pensa que quando estes mesmos alunos se apresentam nas aulas não estarem à espera de algo novo, diferente ou bombástico, estão à procura de algo que os sirva e permita navegar na diversidade da vida com todos as conquistas e desafios que esta apresenta com a maior sanidade possível.
Da mesma forma lembrem-se nos vossos tempos de crise pessoal das práticas que escolheram, a comida que cozinharam as pessoas que procuraram para trazer mais clareza a esse momento.
A minha próxima proposta é um percurso pelas práticas de Outono e transição para o Inverno onde não prometo grandes novidades, mas sim princípios que estas prática nos podem trazer para criar hábitos consistentes e como a criação destes hábitos se transforma num espelho de quem somos e que desafios e potenciais nos são dados no dia a dia para uma existência mais límpida e com menos ruído.
Hoje, como há mais de 20 anos, esta é a minha pesquisa que passa pelo refinar constante de como a prática nos pode servir no dia a dia.
Em conjunto com esta proposta vem outra que vou apresentar sobre forma de episódio piloto, chama-se laboratório, vai acontecer dia 1 de Dezembro e é uma aula de exploração de um tema.
Esse tema não é conhecido de antemão por quem participa, mas fica a proposta que o material que vai ser apresentado vos permite ter território de exploração para as próximas semanas da vossa prática individual ou pessoal. Adianto apenas que são aulas em que o nível de refinamento e o olhar sobre os exercícios que conhecem vai ser mais profundo, desafiante e espero que que levante perguntas que vos desafiem a sair da vossa área de conforto.
Embora possa ser comprado em separado, como estreia deste novo projecto de investigação, estou a oferecer esta aula a todos os participantes que adquiriram ou vão adquirir o próximo bloco de aulas e que se registem até à próxima sexta-feira dia 19 com condições especiais de adesão.
Na próxima sexta vou realizar também um live onde vou aprofundar a importância dos hábitos de vida na criação de uma melhor relação do que somos com a nossa vida. Ser e fazer, prática e vida, tempo nutritivo para nós e também para os outros o eterno desafio humano. Entrada livre com vagas limitadas.
Boas práticas e uma semana feliz.
Lourenço de Azevedo.