Conversas sem fim – Reverso da moeda

Por vezes posso aparentar que me falta algo, a tal outra metade, um pedaço. Posso até sentir-me incompleta, não passa disso mesmo “eu acho”. No entanto é claro que estou inteira dentro do meu lado luz e do meu lado sombra, do que mostro ou do que prefiro reservar apenas para mim.

(foto MJL – 2021)

São tudo escolhas, por exemplo, hoje o corpo pede-me jejum e descanso após uma semana “cheia” de atribulações a nível de trabalho, alimentação e sono. Percebo o que o corpo pede, ouço-o, escuto-o com atenção plena. Quando faço escolhas menos interessantes, o corpo começa a pedir coisas cada vez menos interessantes. O que me vale é que hoje em dia a sua resposta é clara, inequívoca e quase imediata.

O Francisco Varatojo nas suas aulas perguntava: quantas vezes querem pagar por um café?

Neste pagamento existiam muitos valores associados, o da sua produção, com trabalhadores mal pagos ou infelizes, os custos de transporte dos países de proveniência, o preço pago nas várias fases por que passa até chegar ao nosso corpo, o que nós pagamos ao balcão/mesa de um café e depois dentro de nós com o mal que isso promove, seja em termos de saúde seja em termos energéticos.

Depois dizia, “não acreditem no que vos digo, estejam atentos, observem-se e tirem as vossas próprias conclusões”.

Hoje compreendo o que representa para mim este educar, que provém do latim «educare», quer dizer instruir, ensinar, amestrar e significa tomar cuidado da educação, tanto no ponto de vista físico como emocional/espiritual.

Também ao escutar com atenção mais rapidamente me apercebo dos seus sinais de alerta/contrariedade, do que se encontra em contra ciclo e retomo rapidamente ao caminho que me serve.

Apesar de ter mais tempo o meu corpo também pede mais tempo para si, para ser, refazer regenerar. Como o faz? Deixa de sentir vontade de comer e dorme.

Quem vive no convento é que sabe o que se passa lá dentro, há sempre um reverso da moeda, a vivência interior, que só eu conheço bem e que sei como é….

Não se pode chegar à alvorada a não ser pelo caminho da noite. (Last Christmas).

Às vezes as menores coisas são as que ocupam mais espaço no coração, não posso ficar sempre num canto à espera que o outro me venha buscar, algumas vezes devo ser eu a ir ao encontro com o outro. Um pouco de consideração e carinho faz toda a diferença.

E…

Disse o “divino”, ame o seu inimigo! Eu obedeci, amei-me a mim mesma.

Tic-take uma escolha… um sorriso… um coração…

como sempre assino, MJL

yah